A construção de edifícios que simultaneamente preenche todas as necessidades dos habitantes respeitando o ambiente e os recursos naturais do nosso planeta é denominada de construção sustentável. No entanto o conceito de sustentabilidade na construção engloba vários valores, como sendo os socioculturais, económicos e ambientais.
Na construção sustentável torna-se importante o conhecimento das tradições construtivas da região em que o edifício se insere, preservando os valores culturais, arquitectónicos e sociais desta região na escolha dos materiais e do sistema construtivo.
Em termos económicos, a opção pelo investimento de uma construção de qualidade durável e energeticamente eficiente, tem menores custos de utilização. A gestão da manutenção do edifício e dos sistemas integrados é importante para a redução dos custos de reabilitação ou renovação do edifício, para além de que aumenta o seu ciclo de vida.
Durante a construção do edifício a gestão dos resíduos produzidos, o seu tratamento e destino são de extrema importância já que a maior quantidade de resíduos é produzida pela própria construção.
Este conceito é novo no mercado da construção civil, mas temos que passar esta mensagem a todos, por estarmos preocupados com o desgaste do ambiente.
Santo Antão apresenta muitos materiais para a construção sustentável, uma vez que as habitações são feitas de blocos de cimento, pedra, etc. Assim podemos citar que a opção por materiais da região contribui para a diminuição da energia incorporada dos materiais (energia despendida na extracção, fabrico e transporte dos materiais) e promove a economia local ou regional. Seria gratificante usar mais materiais naturais (em vez de industrializados) ou reciclados, e possivelmente recicláveis no futuro.
Das nossas lindas paisagens montanhosas podemos usufruir da água, com um custo mais baixo sem necessidade de grandes processos de tratamento. O sistema de captação de água da chuva, utilizado para rega, descargas de autoclismos (poupar na fractura da água), sistema de energia solar (depósitos com tampa de vidro), aquecendo a água, uma vez que há épocas do ano em que a temperatura tem tendência a baixar (poupa na fractura da luz).
As condições de construções sustentáveis são fundamentais não só na poupança de energia e no conforto, como também contribuir para um meio ambiente melhor.
Para concluir, ficamos algumas sugestões para um planeta cada vez mais verde:
– Não deitar óleo na pia, evitando a poluição das águas; separar o lixo; não queimar (lixo) pneus, evitando produção de gases tóxicos, que contaminam o meio ambiente; não deixar lixo nas praias, nem no chão, nem mesmo no mar; pois assim o ambiente não sofrerá consequências, evitamos doenças, maus cheiros, etc… Reciclar, reutilizar, recuperar tudo.
– Comer menos carne, especialmente de vaca. A área de cultivo de alimentos para os bovinos contribui para a desflorestação e aumento dos gases de efeito de estufa, já para não falar na água gasta para produzir toneladas de carne. Além disso, consumir demasiada carne é prejudicial a saúde.
– Deixar os medicamentos fora de prazo no farmacêutico e entregar restos de medicamentos ainda com eventual utilização nas farmácias ou hospitais.
– Utilizar directamente o ecrã do seu computador, para evitar impressões desnecessárias e o gasto de papel em rascunhos.
– Utilizar tudo que possa ser recarregável.
– Não desperdiçar alimentos, mas sim aproveitá-los. Com um pouco de planeamento, informação e criatividade é fácil diminuir o desperdício e gastar menos dinheiro. Prefira “Slow-Food” e evite “Fast Food”. Ganha a sua saúde e o ambiente.
– Diminua o uso de químicos e detergentes, escolha produtos ecológicos
– Instalar detectores de presença que desligam as luzes quando uma sala está desocupada, se não as lembra de desligar.
– Preferir sempre que possível a luz natural ou usar lâmpadas fluorescente (ecológicas/economizadoras/durabilidade).
– Mais espaços verdes (jardins, hortas, plantar árvores).
– Reutilizar a água para regar o jardim, ou mesmo para lavar a casa e o seu automóvel. O esforço para poupar água é uma obrigação.
– Não deixe nada ligado á tomada, a não ser o frigorífico (evitar abrir a portar) ou outro de extrema necessidade.
– Evitar utilizar micro-ondas para descongelar, máquinas de secar de roupa, ar condicionados, banheiras hidromassagens, entre outros.
– Evitar fazer compras desnecessárias para poder preservar os recursos do planeta, diminuir os resíduos, a redução de emissões de gases efeitos de estufa devido ao transporte dos produtos e para vitalizar a económico local, optar por comercializar produtos tradicionais.
– Optar pelo uso de transportes públicos em vez do seu automóvel, sempre que possível.
– Usar a bicicleta como meio de transporte. Não só fará mais exercício, como ajudará na redução das emissões de dióxido de carbono (CO2).
– Partilhar o seu transporte com familiares, amigos ou vizinhos, se o automóvel tiver mesmo de ser o seu meio de deslocação em caso de eleição.
– Ter atenção à manutenção do seu veículo. Um motor mal cuidado pode consumir 50% a mais de combustível e produzir 50% mais CO2. Se a distância é pequena, vá a pé e deixe o carro na garagem. Queime calorias e não petróleo.
– Em minha casa, utilizo a banheira como descarga da máquina de lavar roupa e essa água é reutilizada para descargas de autoclismo, limpeza da casa, entre outros, pois a casa fica com um cheiro agradável do perfume do amaciador.
– Todos os imóveis são obrigados a possuírem um certificado energético. Um documento de reflecte de forma clara e inequívoca o grau de desempenho energético (consumo de energia…) e ambiental (qualidade do ar…) dum imóvel, onde o edifício ou fracção é classificado em termos de desempenho, que varia entre a classe G (mau desempenho) à classe A+ (excelente). Trata-se sem dúvida de mais um documento que temos que apresentar num processo extremamente burocrático. No entanto é o primeiro e único documento que reflecte claramente a qualidade do imóvel de forma quantificada e também o primeiro documento que faz uma ligação entre o meio, a saúde e o conforto.
Respeite o meio ambiente, seja sustentável. Alcançar um mundo sustentável depende de todos nós. O nosso bem haja por poder partilhar estas informações consigo… Um especial agradecimento a todos os leitores do blog «Plurim».
Dois irmãos, dois amigos, dois engenheiros civis,
Dúnia Neves Maurício Cruz e José Pedro Maurício Cruz